6 de mar. de 2008

Desenvolvimento e consumo sustentáveis : conceitos e percursos

(aula do dia 01.03)


Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987)
“o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”

• Condições sistêmicas (nível regional e planetário) para que as atividades humanas não interfiram nos biociclos e sua condição de equilíbrio;
• Não empobrecer o capital natural (recursos não-renováveis) que será transmitido às futuras gerações;
• A preocupação com a eqüidade social entre gerações deve ser extensiva à eqüidade em cada geração



SUSTENTABILIDADE FÍSICA:

Mudanças quanto:
• ao ACESSO aos recursos
• à DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS E BENEFÍCIOS




SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL:

Consumir menos de 10% dos recursos que hoje consumido nas sociedades industriais maduras




SOCIEDADE SUSTENTÁVEL:

Sociedade que promova a sustentabilidade e a sustente (socioeconômica, cultural e ambientalmente)





ECO-DESIGN

Conceito amplo:
Vasto conjunto de atividades projetuais que tendem a enfrentar temas postos pela questão ambiental


Aptidão projetual que concebe aspectos dos artefatos levando em consideração os aspectos relativos ao seu impacto no ambiente.




SISTEMA-PRODUTO

O design industrial deve ser entendido em seu significado mais amplo: repensar todo o sistema-produto.



PAPEL DO DESIGN

• Conectar o tecnicamente possível com o ecologicamente desejável.
• Fazer nascer propostas social e culturalmente aceitáveis

NÍVEIS DE INTERFERÊNCIA:
1. Redesign ambiental de produtos
2. Projetos de novos produtos ou serviços que substituam os atuais;
3. Projetos de novos produtos-serviços intrinsecamente sustentáveis
4. Proposta de novos cenários que correspondam ao estilo de vida sustentável;



REDESIGN AMBIENTAL

• Melhorar a eficiência global;
• Reduzir o consumo de energia;
• Facilitar a reciclagem;
• Promover a reutilização de componentes.


NOVOS PRODUTOS OU SERVIÇOS

• Priorizar produtos ou serviços que ofereçam vantagens ecológicas em relação aos demais;
• Inovações técnico-produtivas
• Novas maneiras que busquem a obtenção de resultados socialmente aceitáveis e, ao mesmo tempo, radicalmente favoráveis ao meio ambiente
Mix de produtos e serviço


NOVOS CENÁRIOS

• Desenvolver atividades no plano cultural que tendam a promover novos critérios de qualidade.
• Inovações socio-culturais: promover novos critérios de qualidade que sejam sustentáveis para o ambiente, socialmente aceitáveis e culturalmente atraentes


DESIGN PARA SUSTENTABILIDADE

Manzini e Vezzoli:
Promover a capacidade do sistema-produto de responder à procura social de bem estar utilizando uma quantidade de recursos ambientais drasticamente inferior aos níveis atualmente praticados.

• Avaliação comparada das implicações ambientais nas diferentes soluções para que sejam técnica, econômica e socialmente aceitáveis
• Considerar, durante toda a concepção de produtos e serviços, todas as condicionantes existentes em todo o seu ciclo de vida



SUSTENTABILIDADE COMO OBJETIVO:

• Basear-se em recursos renováveis (garantir tempo de renovação)
• Otimizar o emprego de recursos não renováveis
• Não acumular lixo que o ecossistema não seja capaz de renaturar;
• Agir de modo com que os impactos produzidos por determidada atividade permaneçam nos limites de seu espaço ambiental.



PERCURSOS PARA SUSTENTABILIDADE

É NECESSÁRIO QUE AS MARCAS DAS ATIVIDADES HUMANAS (FOOTPRINT) NOS ECOSSISTEMAS TENDAM A ZERO


Tender a zero:

• a atividade de extração (INPUT) que leve ao empobrecimento ambiental
• O descarte (OUTPUT) que tenda a acumular substâncias com características e concentrações diversas das iniciais


BIOCOMPATIBILIDADE

Realização de sistema de produção que se baseie inteiramente em:
• Utilização de recursos renováveis;
• Utilização destes recursos sem ultrapassar os limites da produtividade dos sistemas naturais;
• (Re)introdução no ecossistema somente de lixos totalmente biodegradáveis - capacidade de renaturação

NA PRÁTICA:
Organizar os processos produtivos e de consumo como cadeias de transformação integradas ao máximo possível com os ciclos naturais (os biociclos).
• Quantidade e qualidade limitadas de produtos e serviços oferecidos




NÃO-INTERFERÊNCIA

Realização de sistema de produção e consumo fechado em si mesmo:
• Reutilização e reciclagem de todos os materiais;
• Tecnociclos cuja a tendência é serem autônomos em relação aos ciclos naturais e sem influência no meio ambiente;
• Processos produtivos e de consumo autônomos em relação dos substratos naturais (impossível pelo princípio da entropia)

NA PRÁTICA:
• integração entre os processos produtivos e de consumo,
• redução a zero os inputs e outputs entre o tecnociclo e o meio ambiente
• Aumento progressivo da artificialização das atividades humanas



ECOLOGIA INDUSTRIAL E DESMATERIALIZAÇÃO

• Conjunto integrado de biociclos e tecnociclos;
• Dificuldades de definição:
• Biocompatíveis (integrados aos biociclos/dispersos no território)
• Não interferência (tecnociclos separados/alta densidade de atividades produtivas)
• Diminuição do fluxo de matéria e energia que perpassa o sistema produtivo
• Desmaterialização da demanda social de bem-estar

- redução do número (e da intensidade material) dos produtos e serviços necessários para atingir um bem estar socialmente aceitável.

NA PRÁTICA:
• Redução em absoluto a busca por serviços e produtos
• ou aumentar a inteligência da produção (reduzindo o fluxo de energia e material)




CONCEITOS PROJETUAIS

Suficiência: inovação CULTURAL
X
Eficiêcia: inovação TECNOLÓGICA

Eficácia: equilíbrio entre inovação cultural e tecnológica. Redução da necessidade de fluxo de matéria e energia.








- gi. x)
(enviado por Marina.)

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